A Dor do Luto: Quando a Vida Exige Recomeços
- Najla Campos
- 1 de jan.
- 2 min de leitura
Luto não é só o que sentimos quando alguém morre. É também aquilo que nos atravessa quando algo nos é tirado — e, de alguma forma, precisamos continuar.

A dor do luto é um silêncio que grita, uma ausência que pesa, uma saudade que não cabe em palavras. A dor do luto é profundamente humana, porque ela fala do nosso amor, das nossas raízes, daquilo que dava sentido aos nossos dias.
Luto é o que sentimos quando perdemos uma pessoa querida. Quando a presença vira lembrança, e o que antes era rotina agora é vazio. Mas o luto também pode acontecer quando um animal de estimação parte, levando com ele anos de companheirismo, fidelidade e afeto incondicionais. Eles nos ensinam. Ah, e como!
Sentimos luto quando perdemos um trabalho de anos, que nos dava identidade, sentido na vida, estabilidade, pertencimento. Quando deixamos para trás uma casa ou cidade que amávamos, repleta de histórias e significados.
Há quem viva o luto quando um filho sai de casa, e é preciso reorganizar o lar, o tempo e o coração. Ou quando uma amizade se desfaz, quando um relacionamento termina, quando um sonho precisa ser abandonado.
Cada pessoa sente o luto de uma forma.
Para alguns, é um choro diário. Para outros, é um desânimo, uma exaustão, uma confusão, uma dificuldade de encontrar sentido.
Alguns seguem funcionando, mas por dentro sentem-se despedaçados. Outros precisam parar. Nenhuma forma é errada.
É importante entender que luto não é fraqueza. É um processo psicológico, físico e emocional natural, ainda que profundamente doloroso.
Viver o luto é honrar aquilo que foi importante. E, ao mesmo tempo, aos poucos, construir caminhos para seguir em frente, levando consigo não o peso da perda, mas a memória viva do que se foi.
Nem todo luto precisa de cura. Alguns precisam de espaço para existir.
Como psicóloga, vejo constantemente, como o luto pode ser solitário, mal compreendido, até reprimido. A sociedade muitas vezes nos apressa: “Você precisa seguir em frente”, “Já faz tempo”, “Pense nas coisas boas”.
Mas o luto tem seu tempo. E precisa de espaço. De escuta. De acolhimento.
Se você está vivendo um luto, qualquer que seja, saiba que sua dor é válida. Você não está exagerando. Você não está sozinho. Seu amor, sua perda, sua saudade... tudo isso merece respeito.
E, mesmo que agora tudo pareça escuro, há caminhos possíveis de reencontro consigo mesmo /a.
O luto não desaparece, mas pode mudar de forma. Pode virar saudade serena. Pode se transformar em legado, em lembrança amorosa, em impulso de vida.
Transformar a dor em cuidado: Escrever sobre o luto é, também, uma forma de cuidar. De abrir espaço para que mais pessoas compreendam que o luto não tem uma forma única, nem um tempo exato para passar.
Se há uma mensagem que quero deixar aqui, é essa: Você pode sentir. Você pode falar. Você pode pedir ajuda.
E talvez, ao reconhecer a sua dor, você comece a se reconectar com a vida, do seu jeito, no seu tempo.
Meus sentimentos...




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